domingo, 25 de maio de 2008
Gabriel Bicalho comenta entrevista a Andréia Donadon
Fotos:Gabriel Bicalho,e os projetos educativos dos poetas e a tela de Deia Leal(Andreia Donadon), Fogo da vaidade.
"Caríssima Andréia Donadon Leal-(Déia Leal):
"Está ótima a entrevista que a Clevane Pessoa fez com você! Precisas as perguntas e as respostas: muito bem elaboradas! Parabéns: às duas! À Clevane por saber conduzir o assunto, propiciando-lhe a explanação de seus feitos e merecidas conquistas; e a você, Andréia, por responder com segurança e propriedade questionamentos abrangentes e que muito esclarecem sobre as atividades dos aldravistas, que temos em você uma riquíssima aquisição, cujo fantástico desempenho nos surpreende a cada dia, face ao enorme talento e à valiosa dedicação com que se empenha nos fazeres da Poesia, da Pintura, da divulgação e coordenação de projetos da nossa Aldrava Letras e Artes! >
Meu abraço fraterno: Gabriel Bicalho.//"
Venho de públicar essa nota para não perder a oportunidade da dupla homenagem:a Andréia Donadon (Deia Leal)e ao autor,Gabriel Bicalho,que refere-se a nós dessa forma sempre cara à nossa alma.E escrevo sobre o premiado autor aldravista, da cidade de mariana, MG:
A Propósito de precisão:
Gabriel Bicalho, cuja versatilidade nos encanta,plaina entre a trova e o verso livre,o haikai e o soneto,dentro do Aldravismo, com o preciso vôo do beija - flor em jardim inesgotável de opções.Poeta premiado,Presidente do Jornal Aldrava(que apresenta ainda uma versão virtual e uma para o público infantil ),tanto escreve algo qual
DE PROFUNDIS
Dia desses falei
que ser humano
nunca será fácil
e ninguém me deu ouvidos
desci mais um degrau
e vociferei para os irmãos:
tanta ganância vos condena!
(e engoli toda a fome do mundo)
pensam mesmo que sou deus?
assopro a poeira dos astros
para os olhos dos anjos
chuto a canela do capeta
e vou destemido para o inferno
comandar a zorra dos pecados mortais".
Gosto muito desse meta-humano ,muito humano poema.A condição incomodativa de sermos poetas mas não atingirmos a condição de deuses, experenciada por tantos que escrevem versos- é explicitada com poucas/imensuráveis possibilidades,uma em cada estrofe,e se a voz tenta em vão alcançar os homens -a que clama no deserto das almas surdas - depois fala ao Universo, onde o viadante dos continetes engole "toda a fome do mundo".Não é suficiente.Mas não desiste, pois o verbo está preso na garganta num cordão de prata e precisa de consonânica, ouvidos, gestos de compreensão de um contexto que sufocaria, se amordaçado.
E então, com a grandiosidade do bardo, é capaz de assoprar "a poeira dos astros para os olhos dos anjos", com a liberdade concedida pela própria POIESIS"...Ainda assim , não é Deus, tem de reconhecer as limitações humanas .E então , intimorato, desce ao inferno -dantesco ou imaginário, irreal ou verdadeiro , depois de chutar o próprio esposo de Perséfone-Coré,a representante dos ciclos,filha de Deméter,a deusa da agri/cultura, responsável pelas estações,tão essenciais à ars do haikai que os aldravistas amam.E lá, por certo, prova da romã,para "comandar a zorra dos pecados mortais"...
Em que pese o risco de explicar o inexplicável, não resisti a esse destrichar de tão maduro poema.Releia e sinta o pianíssimo amadurecer do homem poeta, próximos do Olimpo e muitas vezes convidados à mesa, para serem servidos por Hebe, a Deusa da eterna juventude e tornozelos delicados...Releia e sinta o gosto divino:ambrosia...maná...macã...vinho...mel e hidromel...E sinta o calor das chamas no entorno dos pecados mortais e com elas ,dance...tal e qual o Poeta gabriel Bicalho...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Diretora regional do inBrasCi em belo Horizonte, MG
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