sábado, 3 de maio de 2008

Vila Mariquinhas - a memória no bordado



A memória do bordado de Minas será exibida em grande estilo no dia 10 de maio, sábado, no Palácio das Artes.



"Vila Mariquinhas: a Memória no Bordado"

Na luta pela realização do sonho brasileiro-em especial das mulheres, de terem casa própria.Dez bordadeiras relatam suas própias histórias e Flávia Craveiro lança dia 10 um documentário que merece ser visto.
O bordado é um artesanato essencialmente feminino,desde tempos imemoriais.Trato da gênese, no Brasil colonial, qundo as portuguesas chegaram com suas tesourinha,dedais e linhas, no conto "O Labirinto Negro",primeiro lugar nos XXIII Jogos Florais do Algarve,em Portugal,Prêmio Ex-Aeqüo.Eu própria,bordo desde criança, mas agora a vista não me permite grande vôos.

O release baixo, recebi da revista eletrônica de Neila Batista,vereadora na capital mineira:


"Dez mulheres bordam em uma colcha de retalhos suas histórias de vida, marcadas pela luta pela casa própria. Esse é o tema do documentário "Vila Mariquinhas: a memória no bordado", de Flávia Craveiro, que será lançado no dia 10 de maio de 2008, sábado, às 22h, no Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes), com entrada franca. O documentário, uma produção da Ciranda Comunicação e Cultura, foi gravado em HDV-Digital. Possui duração de 20 minutos e foi realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

As dez mulheres que contam suas histórias de vida por meio do bordado viveram, em 1995, uma situação inusitada: engajadas na luta pela casa própria, iniciaram um grande movimento que ganhou a mídia e pressionou o poder público para que resolvesse o problema que enfrentavam. A Igreja São José, localizada no centro da capital mineira, foi um dos palcos para essa reivindicação. Mais de 300 famílias ficaram acampadas por um mês nos jardins da igreja. De lá, rumaram para a Fazenda Marzagânia, localizada na beira da rodovia que liga Belo Horizonte a Sabará, onde permaneceram por mais dez meses. Posteriormente, ficaram acampadas debaixo da lona por mais cinco anos na região norte de Belo Horizonte, no lugar em que a Prefeitura construiria a Vila Mariquinhas, onde moram até hoje. Já instaladas na Vila Mariquinhas, elas iniciaram juntas uma atividade que hoje alcançou fama nacional: o bordado. Tudo começou quando a área de serviço social da Prefeitura de Belo Horizonte chegou com uma proposta de curso de desenho para elas. Mas o que elas queriam era uma atividade que pudesse fornecer uma renda extra, além de novamente reuni-las. Foi assim que o bordado chegou na vida de cada uma delas, e é no bordado que elas colocam representadas cenas de suas histórias de vida. Toda essa trajetória de luta pela casa própria, os desafios de morar debaixo da lona, a amizade que se construiu nesse percurso, a felicidade de ter onde morar e a conquista desse sonho estão retratados no documentário.

Seguindo a trajetória dessas mulheres, o documentário foi filmado nos três lugares por onde elas passaram. Em cada lugar, elas relembram os momentos que viveram ali, os desafios que enfrentaram, a amizade forte que se formou, o entusiasmo de querer realizar o sonho de ter a casa própria. Hoje, D. Yvonne, Bethe, Sônia, Lucimar, Lena , Marlene, Maria, Norberta, Teresinha, Marcela, entre outras, encontraram no bordado uma forma de expressão simbólica de suas histórias de vida, e, porque não, de fazer arte com a memória.

A memória é o fio condutor que alinhava as histórias dessas dez mulheres. A colcha de retalhos onde estão bordadas as cenas de vida de cada uma serviu de vestígio do passado e, por meio dela, as personagens iniciam suas narrativas, contando suas histórias de vida que permeiam todo o documentário. O tom poético e lúdico compõe todo o documentário, o primeiro da diretora Flávia Craveiro, graduada em Filosofia.

A idéia de realizar este documentário veio da história de vida da diretora, que conviveu de perto com uma contadora de histórias, a avó, também bordadeira e habilidosa nas artes manuais. Ouvindo as narrativas e imaginando as cenas narradas, Flávia Craveiro começou a se interessar por imagens e pela memória, já que considera que "estar no mundo sem lembranças é vazio". Tendo conhecido o grupo de bordadeiras formado pela amizade despertada na história de luta pela casa própria, Flávia decidiu transformar essa história num documentário, e contou com a ajuda do assistente de direção Alexandre Milagres, vídeo-artista que já teve obras exibidas na França, na Áustria, na Argentina e na Espanha, entre outros, premiado no Cine Esquema Novo, de Porto Alegre; e do editor Joacélio Batista, vídeo-artista que já participou de festivais em Washington , na França, AnimaMundi (Rio de Janeiro), Vídeobrasil e ganhou vários prêmios, entre eles no MAM-Bahia, no Art.Mov e no Vitória Cine Vídeo".

Divulgação Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Diretor Regional do InBrasCi em Belo Horizonte,MG.

2 comentários:

Joaquim Pedro de Andrade disse...

Uma pena que o filme não fale do artista plástico Wilson Avellar que fez os primeiros trabalhos com os filhos das MARIQUINHAS- como elas são chamadas - e que logo a seguir despertou nelas o gosto pela arte com os retalhos de tecidos tecendo a vida...meu contato.Tenho material que comprova o que digo aqui. guimaraes_366@hotmail.com

Lili disse...

Clevane, como haverá o lançamento do livro sobre as bordadeiras de Vila Mariquinhas no próximo "Terças Poéticas", dia 15, fui pesquisar a respeito e acabei aqui no seu blog... Que coincidência feliz! Quando tiver um tempinho, visite o meu blog, o MUÇARELA, no qual eu falo sobre a língua portuguesa. O endereço é http://www.mucarela.blogspot.com/ Abraços! Eliana Goulart.