Surpreendentemente, esse soneto foi classificado,tempos atrás, em um certame e o júri não desconfiou!Publicados os resultados, protesto geral.I concurso foi cancelado, dando tal desgosto ao organizador, que decidiu não promover mais certames.Fiquei perplexa com o júri..."Ora, direis, ouvir estrelas?!Certo perdestes o senso!", tem agora a publicação de um seu poemário para crianças.
Lembro-me de quando era jovem , em Juiz de Fora ,fiz , por encomenda,uma capa com Olavo Bilac, para um trabalho escolar.Logo, a cliente disse que adorara o desenho,as colegas e professora também,veio me encomendar três dezenas, para toda sua sala de aula.
Entreguei-os, depois de passar a noite desenhando o bigode retorcido e o pincenez na caricatura ou portrait, não lembro bem, do Poeta.
Depois que entreguei, a reclamação, veio ferina,porque eu não cumprira o compromisso.Espantei-me , ainda sonada com o trabalho todo.Ela então, disse que pedira todos iguais.
Achei graça, pois não consigo copiar nem a mim mesma.A jovem disse que ficara mal perante a classe.Na verdade, eu desenhara uns dentro de camafeus, outros caricaturados, alguns emoldurados, a bico-de-pena, coloridos, preto e branco...
Acabei dispensando o pagamento e ficando somente com o dela, já pago ao receber a encomenda.
Até hoje, não conseguiria enquadrar-me em rebanhos:prezo a singularidade antes de tudo...
Mas o poema que mais declamei foi Pátria.Eu pequena,franzina, com meus cachos louros e um vestido roseo com muitas camadas de tule, fui levada certa vez, por Cidina Lomonte, em Alfenas, no Sul de Minas, na escola onde ela diretora, para declamar ,em todas as salas,poemas-diziam que eu ensinaria a dizer versos com alma, mérito , isto sim , de mamãe, que era declamadora e, com paciência ajudava-me a criar entonações e gestos.Eu era muito tímida, muito mesmo, mas não dizia não à vida.E comovia-me sempre que declamava:
A Pátria
Olavo Brás dos Guimarães Bilac:
"Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! Jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com seu amor a fecunda e umedece
Vê pago o seu esforço, e é feliz e enriquece!
Criança! Não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!"
Adulta, prefiro dizer poemas, embora com emoção e entonação, que declamá-los, tenho agora certo fastio de declamações-exceto em certos momentos do Teatro clássico.
Bem , o Empórido Livro acaba de editar o POESIAS INFANTIS, um livro que crianças deveriam saber de cor.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris Causa para oito Países Lusófonos, pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa.
Pesquisadora do Museu nacional da Poesia-MUNAP
Diretora Regional do Instituto de Culturas Internacionais(InBRasCI)
Acadêmica , Cadeira Cecília Meirelles,da Academia de Feminina Municipalista de Letras (Belo Horizonte, MG-Brasil)
2009/1/30 Jorge
Segue release do livro esquecido de Olavo Bilac.
Editora Empório do Livro
Rua João Rudge 366 - Casa Verde
Fone(11)3856-0563
www.emporiodoslivros.com.br
LANÇAMENTO: POESIAS INFANTIS
“Bilac é o malabarista mais genial do verso português. Outro nenhum existe que se lhe compare na língua.”
Mário de Andrade
O AUTOR
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1865, foi jornalista, escritor, autor da letra do “Hino à Bandeira”, e participou ativamente na campanha para melhorar a educação brasileira. O seu nome, Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, segundo alguns críticos, era um perfeito verso alexandrino. Escreveu poemas que se tornaram genuínos clássicos da nossa literatura como Via Láctea, O caçador de esmeraldas e A última flor do Lácio. Em 1913, foi eleito o “Príncipe dos poetas brasileiros”. Faleceu em dezembro de 1918, consagrado como um dos maiores poetas do Brasil.
Título: Poesias Infantis
Autor: Olavo Bilac
Ilustrações: Lu Martins
Org.: Jorge Henrique Bastos
Editora: Empório do Livro
ISBN: 9788586848094
Pgs: 96
Formato:16x23