sábado, 28 de fevereiro de 2009
Paulo Sergio Duarte lista 77 artistas para dar perspectiva histórica à cena atual
Artistas são emissários dos deuses para espelhar ou inovar o mundo.Tradutores da beleza absoluta ou dos horrores, na n´[ausea contemporãnea, muiitas vezes apresentam até soluções simples, mas sempre ousadas.As intervenções artíticas,, no mundo hodierno, apresentam quase sempre uma nesga de ação, a respeito de uma tema ou espaço, com mensagens que podem ser subliminares ou doretas, ou sinalizadas pelo título.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Diretora Regional do inBrasCi (*Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais em Belo Horizonte, MG)
Foto da intervenção urbana de renata Lucas que estará na próxima Bienal de Veneza.
Recebo, através do Coro coletivo, e divulgo:
"Crítico percorre a arte contemporânea do país
Paulo Sergio Duarte lista 77 artistas para dar "perspectiva histórica" à cena atual
Compilação, que traz DVD feito por Murilo Salles, reúne nomes consagrados e jovens que representam a formação da arte brasileira de hoje
Intervenção urbana "Cruzamento" (2003), realizada por Renata Lucas; artista brasileira estará na próxima Bienal de Veneza
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela fresta da porta, vazam os acordes de "uma música que ainda não está sendo tocada". Paulo Sergio Duarte compara sua lista de 77 artistas contemporâneos brasileiros a ouvir, sem compromisso, uma série de prelúdios: "Improvisações que um intérprete executava para afinar seu instrumento".
No livro que acaba de lançar, "Arte Brasileira Contemporânea - Um Prelúdio", o crítico radicado no Rio elenca os nomes que julga mais relevantes na arte contemporânea do país, entre consagrados e jovens em ascensão, num dicionário visual que inclui um bom DVD a cargo do cineasta Murilo Salles.
Estão lado a lado verbetes sobre os ditos seminais Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape, os colegas de geração do autor, como Carlos Vergara, Antonio Dias, José Resende, Carmela Gross e Tunga, além dos jovens Thiago Rocha Pitta, Marcelo Cidade, Laura Erber, Renata Lucas e Tatiana Blass.
"O recorte foi feito para fazer interagir uma produção mais jovem com outra historicamente situada", diz Duarte, 62.
"A ideia é dar perspectiva histórica à arte contemporânea." Um soco inglês duplicado e folheado a ouro, obra do jovem Marcelo Cidade reproduzida no livro, ilustra essa ideia. Chamado "Amor e Ódio a Lygia Clark", o trabalho atualiza o legado da estética relacional, moldado pela fricção entre histórico e contemporâneo, que Duarte, querendo ou não, imprime nas páginas do livro.
"O que se faz hoje não está dissociado de uma pequena, jovem, porém interessante, tradição", diz Duarte, que foi curador da Bienal do Mercosul, em 2005, e é professor da Universidade Candido Mendes, no Rio. Depois de reduzir uma lista de 300 nomes aos 77 finais, num recorte que, adverte, é "arbitrário e excludente", Duarte constatou que o que se faz hoje, apesar de marcado pela urgência urbana e por preocupações arquitetônicas, está mais leve.
"Digamos que há menos angústia", afirma Duarte. "O peso da angústia é menor do que na arte moderna, movida por ela." Dos "Penetráveis" de Oiticica às pesquisas arquitetônicas de Renata Lucas, Cidade e Joana Csekö, Duarte mostra a evolução de uma arte de carga político-visceral até a ironia atual, mais egocêntrica, mas nem por isso menos relevante.
E ele não está sozinho. Numa série de entrevistas ao crítico, a curadora Lisette Lagnado constata a "saída da menoridade da arte brasileira" e revela que a passividade do artista nunca lhe "caiu bem", enquanto Ivo Mesquita, curador da última Bienal de São Paulo, diz que "tudo ficou mais fácil".
ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - UM PRELÚDIO
Autor: Paulo Sergio Duarte
Editora: Silvia Roesler Edições de Arte
Onde comprar: disponível nas livrarias Travessa, no Rio, e, em breve, em livrarias de arte em SP
Quanto: R$ 150 (300 págs.)"
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