quarta-feira, 9 de julho de 2008

Canto a María Zambráno-Clevane



Canto a María Zambráno

Qual a inquietação do exílio que mais te tatalou a alma?
Para onde te levaram os pensamentos de saudade e car~encia?
Onde ancoraste o teu barco de coragem,mulher?

Em que teceste a fina itonia de tua sensibilidade exacerbada?
O medo, colocaste em saco de grosso cânhamo,forrado
com veludo bordado
pelas mãos de educadoracada alavra, um achado,
traçados de texto e contexto...

Nas contas de tua coragem,
onde enfiar a linha de ouro de tua verdade...
No olhar carete, o alcance de teu país, tão longe, tão perto...

Agora, há uma estátua a desafiar o tempo, María Zambrano,
com tua face bela e pungente.
os que te mam enxergam mais:
envolve-se esse pano
trabalhado enquanto exilada,
recamado de estrelas,denso embora
translúcido e transparente...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa.

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