terça-feira, 24 de junho de 2008

Elegia Pressentida-Gabriel Bicalho in memoriam de José Afrânio Moreira Duarte






Gabriel Bicalho, um notável entre notáveis mineiros, do grupo aldravista de Mariana,
envia-me essa belíssima homenagem a José Afrânio Moreira Duarte,de quem fui leitora e revi em seu apartamento,fragilizado por uma crise,cuidado por Wilmar Silva.Este avisara-me estar com os exemplares de Sonata Póetica, uma antologia de sua editora , a Anomelivros, com linda capa , no Projeto gráfico bem elaborado,de Píndaro Lutero,de Solange Botelho.Essa coletânea recebeu premiação da Academia Feminina de Letras .Fui buscar meus exemplares,onde tenho alguns poemas.
Wilmar-que agora usa o heterônomo de Joaquim Silveira, a partir da segunda edição de "Estilhaços no Lago Púrpura"-foi preparar o escritor para que eu o cumprimentasse, caso ele pudesse receber-me.Reparei que na parede da sal, entre os quadros, havia uma outra tela de Solange Botelho, por haver reconhecido a leveza estilística.
Apesar do momento delicado, José Afrânio conversou um pouco , muito gentil e foi a última vez que o vi.Antes, na posse da Elisabeth Rennó,trocamos relembranças literárias durante o coquetel.
Sempre digo e repetirei até ir-me para outra dimensão, a ignota:autor quer ser lido.E lembrado.Por isso, quando se vão, nós que f9icamos, devemos preservar sua memória.
Por isso, os versos de certa forma consoladores, e em diálogo íntimo, de Gabriel para José Afrânio, são agora aqui mostrados, entre as pétalas e as plumas de um ninho metonímico e filosófico.(...)"Deus convoca os puros".Pressentimento puro também do poeta de Mariana.

Clevane Pessoa de araújo Lopes
Poeta Honoris causa pelo CBLP
Diretora regional do InBrasCi.


elegia pressentida
(Para José Afrânio Moreira Duarte, lá!)

gabriel bicalho

quando a borboleta negra
pousa em nossas trilhas
fecha-se o sol e o girassol

amigo / irmão / josé afrânio:
não faz escuro ao teu redor!

anjos dialogam tua serventia
e o brilho que solitário emanas
transpõe fronteiras além céu
:
é que Deus convoca os puros
a espargirem luzes pelo cosmo!

estás definitivo e belo feito
estrela de primeira grandeza
:
em absoluto silêncio
para o equilíbrio telúrico
de nossos quatro elementos!

e choro a indesejável surpresa
de tua ausência antes pressentida

agora
pelas alamedas da tristeza
os ciprestes se curvam
à tua eternidade!

e não faz ventania!

2 comentários:

Vanderhugo disse...

Oi Clevane,

estive visitando seu blog e gostaria de reproduzir essa homenagem ao Zé Afrânio.

Como poderei entrar em contato com o Gabriel Bicalho?

Obrigado.

Amar sem sofrer na Adolescência disse...

Lembro-me de José Afrânio com muita saudade. Conheci-o através de minha irmã, Dora Tavares e aprendi a admirá-lo como escritor e como pessoa. A terna e generosa pessoa que ele sempre foi.
Abraços.