

Canto a María Zambráno
Qual a inquietação do exílio que mais te tatalou a alma?
Para onde te levaram os pensamentos de saudade e car~encia?
Onde ancoraste o teu barco de coragem,mulher?
Em que teceste a fina itonia de tua sensibilidade exacerbada?
O medo, colocaste em saco de grosso cânhamo,forrado
com veludo bordado
pelas mãos de educadoracada alavra, um achado,
traçados de texto e contexto...
Nas contas de tua coragem,
onde enfiar a linha de ouro de tua verdade...
No olhar carete, o alcance de teu país, tão longe, tão perto...
Agora, há uma estátua a desafiar o tempo, María Zambrano,
com tua face bela e pungente.
os que te mam enxergam mais:
envolve-se esse pano
trabalhado enquanto exilada,
recamado de estrelas,denso embora
translúcido e transparente...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Poeta Honoris causa pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário